terça-feira, 26 de abril de 2011

Hells Bells

Confesso que Bells não é a minha onda favorita para assistir a provas do WT nos dias de hoje. A onda limita brutalmente a diversidade de manobras, em especial aquelas chamadas de manobras modernas que ultimamente temos vindo a assistir. Aterrar um air reverse naquelas espumas brancas em movimento é uma autentica aventura. Bottom turns prolongados no rail, flow, timming apurado para acertar manobras, leitura e escolha de onda são alguns dos ingredientes para surfar Bells, ao estilo Occy e Curren de à 20 anos atrás. E neste aspecto, Parko foi de longe o melhor. Apesar da abusada repetição das mesmas manobras, Parko realizou-as sempre com um flow e empenho impressionantes. Os seus longos arcos nos bottom turns foram perfeitos, as topo turns com uma acertividade diabolica. Algumas notas são discutíveis, mas Parko é um justo vencedor. Fanning tambem esteve lindamente todo o evento, se a vitória tivesse sido para ele ou para o Adriano de Sousa, tambem teria ficado bem entregue.

Jordy Smith foi um surfista chato de se ver surfar em Bells. Surf preso, previsível, sem aquela explusividade  que nos habituamos a ver nele. Ora isto levantou-me uma questão: é a onda de Bells que está  desactualizada no WT ou Bells apenas provou que alguns surfistas afinal não são assim tão completos/não se prepararam o suficiente?

Gabriel Medina mostrou claramente que não tem cabedal nas pernas para surfar daquela forma, Owen Wright apesar de ter feito algumas boas ondas, pareceu-me um pouco perdido em esforço para acertar com as manobras de forma consistente, o mesmo tendo acontecido à maioria dos surfistas que só chegaram ao Rd5.
Julian Wilson, Brett Simpson e Wilko foram uma desilusão.
Adriano e Jadson foram as grandes surpresas.