sábado, 15 de dezembro de 2012

Parko 2012

Terminou a edição de 2012 do Billabong Pipeline Masters. Joel Parkinson venceu o evento e ganhou o título de campeão mundial. Tiago Pires garantiu a qualificação de forma impropria para cardíacos, pois estava dependente do heat Yadin vs Kerr. Kerr virou mesmo nos últimos segundos!
Foi um bom evento, apesar de no último dia de prova as condições não terem sido as melhores. Houve falta de ondas em alguns heats. Faltou também uma final entre Slater e Parko.

Kelly Slater, que perdeu nas meias finais para Josh Kerr, acabou por ser batido por aquilo que costuma ser uma mais valia para ele, as ondas de Pipeline. O heat contra Josh kerr fez-me lembrar a final do Rip Curl Pro Portugal em 2011, contra Andriano de Souza. Adriano logo no início apanha a única onda com alto potencial que entrou durante todo o heat de 30 minutos, fez um high score,  Slater não teve hipótese de responder. Josh Kerr faz um 9.20 logo no início da bateria. Depois foi assistir a quase 20 minutos sem entrarem ondas. Slater faz um score de 3.0 + 1.90. Kerr faz um backup de 1.90, o que demonstra bem o que foi esta bateria.

Na ronda anterior nos quartos de final, no heat 4, passou-se o oposto. O heat entre Slater e Shane Dorian teve altas ondas e o show foi lindo de se ver. Dois dos principais surfistas da geração "momentum" protagonizaram o melhor heat de todo o evento com scores de 18.73 para Slater e 18.20 para Dorian. Que saudades de ver o Shane Dorian! Este tipo de performance destes surfistas, nestas ondas, continuam a alimentar-me a ideia se o surf não teria ganho com o tal Rebel Tour, uma espécie de Grande Slam do surf.

Parko foi o surfista mais consistente, com boas performances ao longo do ano. Em desporto, a consistência normalmente atrai bons resultados. Beneficiou da queda precoce dos adversários diretos e de alguns "erros" de julgamento a seu favor. Mas se olharmos para a histórico das competições desde 1992, Slater beneficiou várias vezes das mesmas situações.

Mais espantoso do que Parko vencer o título mundial, é ser (ainda) Kelly Slater o seu único adversário direto.
Grabriel Medina, não há palavras para este miúdo! Fazer a final em Fidji e surfar como ele fez em Pipe...promete!


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Marés, como funcionam..

Há um ditado antigo que diz "lua nova, lua cheia, preia-mar as duas e meia"

Em períodos de Lua Nova ou Cheia, as marés são vivas, sobem mais e descem mais, e há uma preia mar (maré cheia) ao inicio da tarde, apróximadamente ás 14h30, mais minuto, menos minuto! Nos quartos de lua, as marés são mortas e há uma baixa mar ao principio da tarde.

Há um comportamento padrão das marés, dai ser possível ter relógios e mapas com informações das marés até daqui a 30 anos! Cada maré dura sensivelmente 6h15, logo, por exemplo, se a maré cheia for as 14h30, é facil apurar quando será a próxima maré vazia, as 20h45, e assim sucessivamente!
De um dia para o outro, as marés adiantam-se 48 a 50 minutos.

A variante é o tamanho do swell e a intensidade do vento.
Por exemplo, uma preia-mar na lua cheia, se houver swell com algum tamanho a entrar, esses dois factores (preia-mar + swell) vão originar uma grande subida da agua nas praias, podendo a água chegar a subir paredões, dunas, chegar aos bares de praia, inundações, etc.

Para um glossário de marés, consultar Aqui

domingo, 18 de novembro de 2012

Provavelmente, o melhor que já li sobre Kelly Slater, por Jamie Tierney

http://espn.go.com/action/surfing/blog/_/post/8067144/how-long-go-on
A última etapa do ano, o Billabong Pipe Masters, que acontece na mítica onda Banzai Pipeline no Hawaii, vai decidir quem será o campeão mundial de surf de 2012. A última vez que o titulo foi disputado de forma mais renhida foi em 2003. Em 2009, o titulo foi para Pipe mas ficou resolvido no RD3 quando Parko perdeu para o Havaiano Gavin Gillett. Fanning foi campeão.
No ano de 2003, Andy Irons e Kelly Slater levaram a disputa do título até à final do evento. Andy venceu a final, e o título de 2003. O resultado dessa final foi Andy Irons em 1º, Joel Parkinson em 2º, Phillip MacDonald em 3º e Kelly Slater em 4º.
Foi dos títulos mais emocionantes que tenho memória.

Este ano, as possibilidades são as seguintes.

- Se Slater ganhar em Pipeline é campeão do mundo
- Se Parko ganhar em Pipeline é campeão do mundo
- Se Parko terminar em 13º, 9º ou 5º, Slater precisa de chegar a 5º para ser campeão
- Se Parko terminar em 3º, Slater precisa de 3º também para ser campeão
- Se Parko terminar em 2º, Slater precisa ganhar o evento para ser campeão

Mick Fanning está matematicamente na corrida, mas tem de ganhar o evento para ser campeão. Nem Parko nem Slater podem chegar a 2º.

Tanto Slater como Parko conhecem e surfam lindamente a onda de Banzai Pipeline. No entanto, quando avaliamos os números e estatísticas envolvidas nesta disputa pelo título, as probabilidades estão mais para o lado de Slater.

- Slater já ganhou 5 vezes em Pipe, Parko não ganhou nenhuma.
- Slater esteve envolvido (e ganhou) as mais renhidas diputas pelo titulo mundial com as menores margens pontuais de sempre. Contra Mick Campbell em 1998, contra Occy em 1997 e Shane Beschen em 1996. Parko nunca disputou um título mundial.


http://vanstriplecrownofsurfing.com/billabongpipemasters2012, de 8 a 20 de Dezembro

domingo, 24 de junho de 2012

Maldivas..

Se alguém estiver de partida...deixo aqui umas dicas, (com ajuda de outros sites e experiência própria), para estar no sitio certo, á hora certa!
Se o mar subir muito, o mais aconselhável é esquecer todos este picos e ir para a parte sul do Atol de Malé. Ai encontra-se, entre outras, uma direita muito simpática, fun, chamada Natives!



CHICKENS

·       Característica: Esquerda muito rápida e longa com 2 secções distintas. Quebra no lado oposto do canal de Cokes e requer condições perfeitas para funcionar desta forma. Caso contrario poderá tornar-se numa esquerda divertida com varias manobras.

·         Ventos: N0-NNE.

·         Melhores condições: Com swell de sul e/ou sudoeste na meia maré a encher. Tamanho    ideal 1,5 metro a 2 metros, embora aguente mais de 3 metros.

COKES

·         Característica: Direita curta, intensa, difícil de surfar com condições clássicas. O Take-off é rápido, cavado e exigente, seguindo para uma secção de inside rasa que poderá dar uns excelentes tubos

·         Ventos: NO-NNE. Spot protegido dos ventos de sul que podem afectar outros spots.

·         Melhores condições: Com swell de sul ou sudoeste. A melhor maré é meia a encher, mas pode ser surfada na maré vazia se o swell estiver com algum tamanho, tapando os corais.

NINJAS

·         Característica: Direita com varias seções de take off, ideal para iniciação ou longboards.

·         Ventos: O-NO

·         Melhores condições: Ondulação de sul até 1,5

 SULTANS

·         Característica: Direita muito consistente, comprida com varias seções diferentes  ao longo da onda. Pode chegar a 100m de comprimento, entre tubos e manobras. Dificilmente se apanha uma onda que feche!

·         Ventos: N

·         Melhores condições: Funciona melhor de maré cheia. É um dos spots mais consistentes, funcionando bem com vários ventos e direcções de swell. Quando não há ondas, este é o spot a procurar.

 HONKY’S

·         Característica: Esquerda comprida, que vai aumentando de tamanho ao longo da onda, dando uma curva de 90º, contornando a ilha.

·         Ventos: ENE-N. Esta é a única onda que funciona com swell de Este-Nordeste.

·         Melhores condições: Swell de sul. Tem algumas correntes ao voltar para o pico, devido ao facto de parte da onda contornar a ilha.

JAILS

·         Características: Direita comprida, situada na ilha onde se encontra uma prisão, dai o nome. Onda consistente, com varias secções para manobras mas também alguns tubos. Por vezes a onda liga todas as seções, proporcionando um dos melhores “rides” das Maldivas.

·         Ventos: SSW

·         Melhores condições: Swell de sul

Angelo Bonomelli...

Angelo Bonomelli end of the summer from Volcom on Vimeo.

Como obter o "estatuto" e "regime" de atleta de alta competição

Já foi mais difícil, no entanto, pelo que percebi do diploma e de forma muito resumida, está tudo praticamente dependente de resultados das competições nacionais e internacionais.
A vida de atleta estudante ficou um pouco mais facilitada, desde que apresente capacidades desportivas para merecer esse estatuto.

Os praticantes de alta competição dividem-se em dois grupos:
  1. Os que já têm o "estatuto de alta competição",como por exemplo o Saca,
  2. Os atletas "integrados no regime de alta competição" ou seja os que ainda estão em fase de formação mas que já revelam resultados nacionais ou até internacionais, e que se veja vantagem na continuidade do treino especializado com vista à obtenção de melhores resultados competitivos no futuro.

As únicas diferenças entre ambas as categorias são a atribuição de bolsas, o seguro desportivo e as vantagens no ingresso no Ensino Superior. Ou seja, só os atletas já com o "estatuto de alta competição" tem estas vantagens.  

Em baixo deixo dois links com o diploma e os regulamentos completos do estudante praticante em alta competição.


http://sigarra.up.pt/fpceup/LEGISLACAO_GERAL.ver_legislacao?p_nr=42

http://www.estgp.pt/regulamentos/Regulamento%20Estudante%20Alta%20Competicao.pdf

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vou experimentar isto...

Cloudbreak

Que evento!
Houve de tudo. Scores de 10, scores de 2, webcast em baixo, grandes tubos, grandes manobras, algumas surpresas e muita polémica!
Nas surpresas, Slater e Medina, por razões diferentes. Slater foi surpreendente porque continua a fazer o que se espera que faça, e muito mais. Como é que ele consegue estar tantas vezes ao nível dos maiores desafios? Todos esperavam que Slater ganhasse em Fiji. Ganhou, com tubos e manobras surpreendentes.
Ninguém, ou quase ninguém acreditava que Medina, no presente, conseguisse boas prestações, muito menos que chegasse à final neste tipo de spots. Chegou, e chegou de forma convincente, contrariamente à sua prestação em Pipe. Que um dia Medina irá ser uma forte e consistente ameaça também nestes spots (Fiji, Pipe, Chopes), acho que ninguém tem dúvidas, no entanto esse dia irá chegar bem mais cedo do que alguns, como eu, poderiam esperar. Foi importante Medina ter ganho este evento, nestas condições mais ao jeito de John John, que ganhou no Rio, num evento que seria mais ao jeito do Medina. Estes dois estão a sair na frente na corrida a futuros campeões do mundo.

Não deixa de ser irónico a ASP cancelar o evento, e 8 ou 10 surfistas freesurfers meterem-se à pressa num avião para apanhar aquele swell histórico. Foi possível, como vimos, surfar na remada aquelas condições, foi possível ver tubos incríveis de alguns surfistas do Tour. Havia soluções, com os vários formatos de prova, para colocar 4 atletas na água aproveitando assim a tarde que tinham para correr o evento. Como espectador, gostava de ter visto os top 32 lidarem com aquele swell desconfortável, tal como é brutal assistir a um GP de F1 no Mónaco a chover, ou a um combate de boxe pesos pesados, em que cada marretada de um faz abanar o mundo do outro.

Gostava e esperava ter visto o Tiago Pires surfar aquelas bombas, como fez o Raoni. Não sei a verdadeira razão porque não o fez, mas li algures que não tinha equipamento adequado para o fazer?? Foi isso?? O Tiago é um surfista habituado a condições pesadas, é praticante de tow-in. Devido á sua reputação, era legitimo esperar vê-lo descer as esquerdas de Cloudbreak. Além disso, fez um score de 2.36, o mais baixo da prova. Se fosse o miúdo com o numero 7 nas costas, tinha sido rasgado de alto abaixo pela imprensa.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Alimentação nos jovens atletas

"O corpo precisa de combustível para crescer, para se recompor, para se mover e para pensar"

Não há programa de treino que funcione se os atletas não se alimentarem de forma correta, em particular os atletas adolescentes. Infelizmente, como refere o programa da SportsPerformance, os jovens não são os melhores a gerir a sua própria alimentação, visto não terem a miníma noção do quanto isso afecta as performances. Treinadores e em particular os pais, são os responsáveis, desde muito cedo, por transmitir e incutir hábitos de alimentação saudáveis e regras básicas aos jovens desportistas;

  • Manter o corpo hidratado é importantíssimo. Cerca de 75% do peso de um músculo é composto por água. Após actividade física moderada, o corpo perde cerca de 2 a 3 litros de água, cerca de 10 copos de água. Um corpo desidratado reage de forma mais lenta, pensa de forma mais lenta...perde capacidade de PERFOMANCE e aumenta o risco de lesões. É da máxima importância beber água antes e depois do treino ou competições
  • Durante um treino, o corpo precisa de energia para se mover. Essa energia SÓ é acumulada no corpo através de alimentação adequada. Isso EXCLUI fruta e açucares (chocolates), pois estes são logo absorvidos pelo organismo nos primeiros minutos de treino. Após esses primeiros minutos, o corpo começa a alimentar-se da nossa gordura, e ai, perde rendimento IMEDIATO. O que se deve comer antes de um treino, 1h30 antes, são hidratos de carbono, (massas, cereais, arroz ou pão). Estes alimentos têm energia de longa duração, logo são consumidos de forma mais lenta, mantendo assim energia no corpo por mais tempo.
  • Imediatamente após o treino, comer fruta funciona lindamente, pois oferece energia rápida ao corpo. O Açai, fruto Brasileiro, é provavelmente o mais completo e o que repõe mais ingredientes perdidos durante a actividade. No entanto, qualquer outro tipo de fruta é bem vindo. 
  • Algumas horas depois do treino, os músculos precisam de se recompor e recuperar energia. O nosso organismo precisa novamente de repor hidratos de carbono mas precisa agora também de proteínas (carne, ovos, peixe), essenciais para uma boa recuperação muscular.
Um corpo fraco, sem energia, não ultrapassa obstáculos, não vence desafios, não ultrapassa barreiras.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Machado e Knox



Aquela mão direita do Machado sempre baixa...que estilo!
Os bottoms do Knox...que power!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Goldie

Mais uma final polémica.
As opiniões divergem. Uns dizem que o 9,43 do Taj não era para tanto e que a última nota do Adriano deveria ter sido mais alta. Outros acham que foi tudo justo.

Acho que tanto o Taj como o Adriano surfaram muito bem, a coisa poderia ter caído tanto para um como para outro. Taj tem uma onda excelente, Adriano teve duas muito boas. O que os separou foram décimas, é são essas décimas que são e serão sempre polémicas.  Esse cair para um lado ou para o outro esteve nas mãos dos juízes.
A essa questão das décimas, acresce outro dado muito importante. De que onda estamos a falar? Se for a primeira do heat, é indiferente à primeira vista dar-lhe 7,87 ou 7,60. Se não for a primeira, já há "needs" para atingir e são normalmente cruciais para o atleta. Ou seja, um atleta surfar a onda com performances muitíssimo perto do score que precisa, o juiz saber que o atleta precisa de um 7,87 para ganhar um evento e dar-lhe 7,60 (há aqui décimas de diferença) é o mesmo que dizer que não queria que ganhasse o evento, e vice-versa.
As notas dos juízes para a última onda do Adriano foram 7,5 + 7,0 + 7,8 + 7,5 + 7,8
Houve dois juízes que deram a nota ao Adriano.

Na primeira onda do Adriano, 8,00, ouve 4 em 5 juízes que deram...8.00!
Sempre ouvi dizer que quando os juízes dão todos a mesma nota...

Quando falamos de "close ones", o que é que leva um juiz a dar ou não a nota ao atleta? Gostos? Simpatizar com ele? Se é Brazzo ou não?
Slater foi o surfista que vi mais vezes levar as tais décimas que precisava.
Os juízes gostam dele a maioria das vezes!

sábado, 3 de março de 2012

Quotes

"When I go out and race, I'm not trying to beat opponents, I'm trying to beat what I have done ... to beat myself, basically. People find that hard to believe because we've had such a bias to always strive to win things. If you win something and you haven't put everything into it, you haven't actually achieved anything at all. When you've had to work hard for something and you've got the best you can out of yourself on that given day, that's where you get satisfaction from."

"For myself, losing is not coming second. Its getting out of the water knowing you could have done better. For myself, i have won every race i,ve been in"

Ian Thorpe

Fazer isto com o fato do Julian Wilson.....

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Parko 10

O conhecimento local e a confiança de Parko em Snappers apareceram no RD5.Parko usou a regra da prioridade para tirar Julian Wilson de uma onda que ambos consideraram com potencial, surfou-a sem um único aéreo e recebeu um perfect 10. Manobras completas, variadas e fluidamente ligadas entre si, com atitude e risco em cada manobra, foram os ingredientes necessários para fabricar uma nota 10.

http://quiksilverlive.com/progoldcoast/2012/heat_review.en.html#quality=med&round=401&heat=407

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Último fim de semana

Muita coisa aconteceu neste último fim-de-semana!

Terminou o Circuito Regional de Carcavelos CRQCL, que decorreu ao longo dos meses de Janeiro e Fevereiro. Nesta 4ª e última etapa, em Sub-14, o meu atleta Gonçalinho Rangel Lima ficou num honroso 3º lugar do pódio e em 4º no final do Circuito. Em Sub-18, Pedro Pi ficou em 2º no final do circuito e o Miguel Costa em 4º. Ambos os atletas tiveram excelentes prestações ao longo das 4 etapas, e serviu como mais um degrau na aprendizagem.
Rui Barreto esteve bem na escolha de ondas e na estratégia, mas não esteve assertivo na finalização das últimas manobras na onda.
Rui, finalizar as ondas é importante!

Começou o World Tour 2012!
Com os três primeiros RDs concluídos, Slater, John Florence, Taj, Parko, Adrian Buchan e Matt Wilko foram os destaques até ao momento.

Matt perdeu para Owen no RD3 mas o score da sua última onda deixa muitas dúvidas. Ainda assim, acho que foi dos surfistas que melhor nível geral apresentou. A energia que Wilko aplica em cada manobra é impressionante.

John Florence esteve implacável no Rd1 ao obter o melhor score da ronda. Excelente nos tubos e nos rail carves. No Rd3 deixou-se bater por um veloz, fluido e confiante Adrian Buchan. A estratégia de Ace foi mais eficaz, escolheu ondas mais compridas com potencial que lhe permitissem surfar com power, velocidade e fluidez. Conseguiu ondas com potencial "under priority".

Taj é Taj, finalista das duas últimas edições, candidato a vencer o evento e eterno candidato ao título mundial do WT.

Slater, sem surpresa tem sido o maior destaque até ao momento. A forma habilidosa como sacou e surfou duas ondas "under priority" a Patachia é de facto digno de quem consegue encontrar soluções para os seus heat. A maioria das vezes, resulta a seu favor. Nas palavras de Potz "Slater consegue numa onda de average score, fazer um high score". Vejam o que Potz e Peter Mel comentam ao minuto 7 sobre Slater durante o seu RD1 nos heat reviwes.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Estratégias e dicas para competição

Ganhar heats e eventos de forma consistente é quase sempre fruto de seguir boas estratégias.
Seguir algumas rotinas ajuda os surfistas a sentirem-se mais confiantes e seguros para realizar boas prestações.
Chegar cedo ao local da prova trás imensos benefícios. O surfista poderá testar as condições com nenhum ou poucos atletas na agua. Terá tempo tambem de observar as condições, familiarizar-se com o local, conseguir lugar à sombra, etc. É importante assistir/estudar os primeiros heats dos "bons" atletas, ver onde conseguiram os scores e o que é que os juízes estão a pontuar.

Conhecer bem os critérios de julgamento é essencial. Há muitos factores em jogo neste aspecto, mas existem dois que costumo realçar com mais incidência; qualidade das manobras e escolha de onda. Estes dois aspectos estão intimamente ligados e são um bom ponto de partida para montar uma boa estratégia de acordo com as condições na prova.

Dicas:
  • Usar sempre relógio.
  • Beber muita agua ao longo do dia. Red Bulls e refrigerantes são veneno.
  • As ondas de qualidade não são para surfar "down the line" mas sim para executar manobras no pocket com power.
  • Manobras com power bem transacionadas entre elas normalmente trazem sempre bons scores.
  • O Bottom turn é o melhor amigo dentro de agua!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ASP 2012

Enquanto se prepara o circo para 2012, muitas criticas tem sido feitas à ASP.  O julgamento no Billabong Rio e a forma como a ASP se justificou, a introdução de novas regras para, um ano depois, as deixar cair, o engano nas contas no titulo de Slater...etc.
À primeira vista, existem algumas controversias que poderiam ser resolvidas mais facilmente, como o défice de esquerdas no circuito, acertos nos calendarios WT WQS,  mas existem outros problemas que na minha opinião, são inevitáveis.

A ASP ainda não encontrou um modelo/direcção que vá congregando todos os interesses e interessados envolvidos. Será que isso algum dia irá acontecer? Irá a ASP conseguir agradar a todos os atletas e marcas?

Na F1 também se alteram regras de um ano para o outro, num ano são permitidos reabastecimentos no outro já não, num ano é mais emocionante os pneus durarem menos voltas, no outro já voltam a durar mais, entre muitas outras regras e normas que se alteram. Algumas são deixadas cair e depois voltam novamente ao activo. Há equipas contra e outras a favor de certas mudanças, equipas que ameaçam sair por estarem em desacordo, outras que aplaudem as mudanças.

No surf parece-me que está a acontecer situação semelhante. Haverá certamente atletas a favor do corte no ranking, a favor de mais provas em beach breaks, outros não. Há marcas a favor da aproximação ao publico, há e haverá atletas e marcas que não são.
Não acredito que todos os surfistas sejam a favor do corte nem que todos sejam a favor da eliminação do corte. É difícil haver consenso, as medidas tomadas desagradam sempre a alguém. Um dos maiores problemas da ASP é ceder a pressões, e isso revela o pulso fraco para levar a cabo as iniciativas em que acredita, sejam elas do agrado ou não de alguns surfistas, de alguma marca ou país.
Mas tem a ASP ou terá alguma vez independência para tomar decisões sem pressões de marcas ou atletas?
Bobby Martinez é um exemplo claro de que alguns surfistas também não estão todos de acordo e outros nem sabem bem o que querem. Numa entrevista afirma que não queria envolver-se em polémicas da ASP, que ele estava ali só para surfar, fazer o trabalho dele. Eis que uns tempos depois ele veste a pele de revoltado contra a ASP.
Já uns tempos antes, ele andou um pouco baralhado com as questões dos patrocínios. Parece difícil sequer agradar-se a ele próprio.

Slater afirmou ser contra o formato do circuito WT como estava antigamente. Ora, visto assim, parece que eram os surfistas contra a ASP. Não era! Era Slater e mais um pequeno grupo de surfistas (alguns nem eram do WT) contra o formato do circuito. Muitos atletas do circuito vieram afirmar que não estavam com Slater nesta "luta". Eram a favor de alguns pontos que Slater focava (mais $$$), mas não apoiavam a ideia no seu todo. Slater, no fundo, queria afastar os "merdosos" das ondas de qualidade, e assim elevar o patamar desportivo = elevar o surf a outros níveis = ESPN = maior mediatismo do surf competição = + $$$$
A ASP promoveu algumas alterações após a pressão de Slater, de forma a tornar o circuito mais competitivo. E tornou! Isso ninguém pode negar, a ASP deu vida ao circuito e maior competitividade. Se calhar, até tomou medidas mais alem das que tinham sido sugeridas. Claro que isso mexeu com surfistas "instalados" no WT que viram a sua "vidinha” tranquila de top 45 muito ameaçada. Bobby parece-me ter sido um deles, passou de "cool e tranquilo" a disparar para todos os lados, agredindo a ASP.

CJ foi um dos despromovidos no corte após New York. Posso estar enganado, mas não li ou vi nada sobre o CJ a desancar ou a responsabilizar a ASP pelas novas regras, ou a culpar alguém pela despromoção. CJ fez-se á vida, fez alguns WQS e garantiu a requalificação.
O que é que fez Bobby Martinez? Aproveitou os momentos de fraqueza da ASP para tentar responsabiliza-la da sua falta de performance e de resultados. Acha que um atleta quando lhe corre mal o inicio de epoca, tem direito de poder estar presente na segunda metade da época para poder recuperar.
Mas a ideia não era tornar o circuito mais competitivo?
A ideia não era dar mais vida e importância aos WQS, dando a oportunidade aos atletas WQS de subirem ao WT ainda nesse ano?
Não gostaram de ver o Medina a entrar no Tour?
Não gostaram de ver sangue novo a criar muitos problemas aos bem alojados atletas do WT?
Não gostaram de ver John John em Supertubos e em Pipe?
Não gostaram de ver Kieren Perrow a resistir em Pipe ao ataque dos Havaianos e dos miudos?