quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cloudbreak

Que evento!
Houve de tudo. Scores de 10, scores de 2, webcast em baixo, grandes tubos, grandes manobras, algumas surpresas e muita polémica!
Nas surpresas, Slater e Medina, por razões diferentes. Slater foi surpreendente porque continua a fazer o que se espera que faça, e muito mais. Como é que ele consegue estar tantas vezes ao nível dos maiores desafios? Todos esperavam que Slater ganhasse em Fiji. Ganhou, com tubos e manobras surpreendentes.
Ninguém, ou quase ninguém acreditava que Medina, no presente, conseguisse boas prestações, muito menos que chegasse à final neste tipo de spots. Chegou, e chegou de forma convincente, contrariamente à sua prestação em Pipe. Que um dia Medina irá ser uma forte e consistente ameaça também nestes spots (Fiji, Pipe, Chopes), acho que ninguém tem dúvidas, no entanto esse dia irá chegar bem mais cedo do que alguns, como eu, poderiam esperar. Foi importante Medina ter ganho este evento, nestas condições mais ao jeito de John John, que ganhou no Rio, num evento que seria mais ao jeito do Medina. Estes dois estão a sair na frente na corrida a futuros campeões do mundo.

Não deixa de ser irónico a ASP cancelar o evento, e 8 ou 10 surfistas freesurfers meterem-se à pressa num avião para apanhar aquele swell histórico. Foi possível, como vimos, surfar na remada aquelas condições, foi possível ver tubos incríveis de alguns surfistas do Tour. Havia soluções, com os vários formatos de prova, para colocar 4 atletas na água aproveitando assim a tarde que tinham para correr o evento. Como espectador, gostava de ter visto os top 32 lidarem com aquele swell desconfortável, tal como é brutal assistir a um GP de F1 no Mónaco a chover, ou a um combate de boxe pesos pesados, em que cada marretada de um faz abanar o mundo do outro.

Gostava e esperava ter visto o Tiago Pires surfar aquelas bombas, como fez o Raoni. Não sei a verdadeira razão porque não o fez, mas li algures que não tinha equipamento adequado para o fazer?? Foi isso?? O Tiago é um surfista habituado a condições pesadas, é praticante de tow-in. Devido á sua reputação, era legitimo esperar vê-lo descer as esquerdas de Cloudbreak. Além disso, fez um score de 2.36, o mais baixo da prova. Se fosse o miúdo com o numero 7 nas costas, tinha sido rasgado de alto abaixo pela imprensa.


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